Venho de escoitar na Radio Galega a voz de Ramiro Arca Pichel, director económico administrativo de Reganosa. Decia que as mobilizaçons contra a Planta de Gas, estám danando seriamente a image da comarca, convertindo-a numha zona de difícil desenvolvemento de actividades económicas. Engadia que esta image negativa, tem mais custes que o retraso na entrada da ria dos gaseiros pola acçom das pequenas embarcaçons no mar. Hoje foi um dia moi duro. Duro para todas as pessoas que nos mobilizamos no porto de Ferrol pola convocatória do Comité Cidadá de Emerxencia. Duro para a gente do mar que nom puido aceder às súas embarcaçons e veu como conduziam a prisom ao seu patrom maior. Duro foi estar baixo a pressom de forzas uniformadas e armadas que até diante do próprio julgado demostrarom-nos a determinaçom dos que nos governam, de defender os interesses de Endesa, Unión Fenosa, Grupo Tojeiro, Sonatrach, Xunta, Caixa Galicia, Caixanova e Banco Pastor, todos eles confabulados para fazer da nossa Ria um lugar moi perigosso para viver. Mas somos cada día mais as pessoas que queremos e temos umha outra image da Ria. Queremos umha Ria saneada e viva. Queremos umha Ria que nom mantenha só 500 postos de trabalho do marisqueo, a curto prazo ameazados pola actividade de Reganosa, senom que sabemos que podem ser até 1500, o que daria um pulo muito importante a esta comarca, e sem dana-la, sem ponhe-la em perigo. Dis que o gas é estratégico para Galiza. Mas a verdade é que de Reganosa vai para Meirama (Fenosa) e para As Pontes (Endesa). Duas empresas que levam expoliando Galiza, tanto tempo e com tantos custes ambientais e humanos, que forom e som vergonha para qualquer pessoa cum mínimo de conciência. É a luita por outra maneira de pensar o mundo, é a luita por outra maneira de produzir, é a luita polo controlo democrático da economía. Por isso nom me creo que a image desta comarca seja negativa. Sera-o para empresários sem escrúpulos. Sera-o para empresários da lei do máximo benefício custe o que custe e caiga quem caiga. Sera-o para empresários como os de Pescanova, caprichossos eles, que nom lhes deixárom fazer a piscifactoria no espaço protegido de Tourinham e já nom lhes valia outra cousa, e fórom para Portugal, vaia o demo com eles! E se Reganosa quere ir detrás faremos festa. Mais bem penso eu que a image que queda cada dia mais deturpada é a da própria Reganosa e a dos políticos que a defendem. Por isso Ramiro Arca está preocupado, porque sabe que ninguém dos deles, desses que se vem nas comidas de negócio, na cancha de tenis, nos campos de golf ou na sauna, aprovam a ubicaçom da planta de gas, simplesmente que como já está feita hai que deixa-la como está! Mas é duro para Ramiro Arca Pichel escuitar coa boca pequena dos seus colegas que a ubicaçom é umha machada, que já deveriam ter sabido que iam ter problemas coa gente. Ramiro, desde hai algumhas semanas, vai nervosso a trabalhar representando a Reganosa, a gente da prensa murmura cando passa, hai comentário de costas a ele, confidéncias nom compartilhadas. Ademais Ramiro sabe que cada vez que entre um gaseiro estaremos aí, para dizer que queremos viver, que som ilegais. E até a súa familia, a súa vicinhanza, companheiros da escola das súas crianzas, se as tem, podem começar a sinala-lo como o perigo, uns dos representantes do perigo, o perigo que ameza a nossa vida, cada día mais real, mais palpável, mais sentido.
Lupe Ces
Ferrol - 31.05.2007
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